sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Das raízes às flores

Da raiz às pétalas
um tronco espinhudo.
Em cada espinho
uma agrura solitária
de impulsos mudos.

Tropeços pelo caminho,
daqueles que mudam o mundo.
São agruras solitárias
conectadas pelo cerne
de uma flor aromática.

Cada ramo, uma flor.
Até elas os espinhos
podem furar ou ferir.

Cada flor, várias pétalas.
Formando o composto
aromático e visual.

É estética e ética
das raízes às flores.
Em ramos diferentes
com espinhos no caminho
e a complexidade de valores.

Imagine se só
de um ramo ou de uma pétala
fosse feita a flor,
fosse forjado odor
ou construído o amor.

Imagine então
a felicidade como flores
e a alegria como pétalas.
A sinergia como as cores
e a vontade como o néctar.

Como o brilho de um cristal
visto por uma águia
que manifesta valores.
É estética e ética
das raízes às flores.

Por Bruno Pinheiro


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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Corrida eleitoral para 2010: largada!

Vi esta charge no Movimento Marina Silva Presidente e resolvi postar aqui. Se, em agosto de 2009, podemos falar de corrida eleitoral para outubro de 2010, ela ilustra bem a realidade deste início de prova.

A senadora Marina Silva, que anunciou sua saída do PT ontem (veja Carta que a senadora enviou ao presidente do partido, Ricardo Berzoini), vem correndo por fora, porém livre das amarras costuradas pelas alianças partidárias do PT e do PSDB.

Na minha opinião só faltou um detalhe, a Dilma está muito disposta na ilustração. Deveria estar mais cansadinha...



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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Marina se desliga do PT e rearranja projeto político para o Brasil

Hoje a senadora Marina Silva deu uma chacoalhada geral nas perspectivas eleitorais para 2010. Ela enviou uma carta de desligamento do PT (que segue abaixo) ao presidente do partido, Ricardo Berzoini, e confirmou sua saída do Partido dos Trabalhadores para se filiar ao Partido Verde.

A idéia, expressa na carta, é empreender uma "construção programática capaz de apresentar ao Brasil um projeto nacional que expresse os conhecimentos, experiências e propostas voltados para um modelo de desenvolvimento em cujo cerne esteja a sustentabilidade ambiental, social e econômica".

Com a decisão, Marina Silva não só redefine os debates e as propostas ao inserir a sustentabilidade como eixo estratégico e transversal e a democracia participativa como princípio programático. Ela faz um verdadeiro rearranjo nos rumos políticos do Brasil.

Uma eleição que alguns já chamavam de plebiscitária, isto é, a população teria duas escolhas a fazer: Dilma Roussef, continuando o lulismo, ou José Serra, voltando aos parâmetros tucanos (não tão distantes assim dos petistas).

Segue abaixo a carta na íntegra:


“Brasília, 19 de agosto de 2009

Caro companheiro Ricardo Berzoini,

Tornou-se pública nas últimas semanas, tendo sido objeto de conversa fraterna entre nós, a reflexão política em que me encontro há algum tempo e que passou a exigir de mim definições, diante do convite do Partido Verde para uma construção programática capaz de apresentar ao Brasil um projeto nacional que expresse os conhecimentos, experiências e propostas voltados para um modelo de desenvolvimento em cujo cerne esteja a sustentabilidade ambiental, social e econômica.

O que antes era tratado em pequeno círculo de familiares, amigos e companheiros de trajetória política, foi muito ampliado pelo diálogo com lideranças e militantes do Partido dos Trabalhadores, a cujos argumentos e questionamentos me expus com lealdade e atenção. Não foi para mim um processo fácil. Ao contrário, foi intenso, profundamente marcado pela emoção e pela vinda à tona de cada momento significativo de uma trajetória de quase trinta anos, na qual ajudei a construir o sonho de um Brasil democrático, com justiça e inclusão social, com indubitáveis avanços materializados na eleição do Presidente Lula, em 2002.

Hoje lhe comunico minha decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores. É uma decisão que exigiu de mim coragem para sair daquela que foi até agora a minha casa política e pela qual tenho tanto respeito, mas estou certa de que o faço numa inflexão necessária à coerência com o que acredito ser necessário alcançar como novo patamar de conquistas para os brasileiros e para a humanidade. Tenho certeza de que enfrentarei muitas dificuldades, mas a busca do novo, mesmo quando cercada de cuidados para não desconstituir os avanços a duras penas alcançados, nunca é isenta de riscos.

Tenho a firme convicção de que essa decisão vai ao encontro do pensamento de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, que há muitas décadas apontam objetivamente os equívocos da concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida.

Tive a honra de ser ministra do Meio Ambiente do governo Lula e participei de importantes conquistas, das quais poderia citar, a título de exemplo, a queda do desmatamento na Amazônia, a estruturação e fortalecimento do sistema de licenciamento ambiental, a criação de 24 milhões de hectares de unidades de conservação federal, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Serviço Florestal Brasileiro. Entendo, porém, que faltaram condições políticas para avançar no campo da visão estratégica, ou seja, de fazer a questão ambiental alojar-se no coração do governo e do conjunto das políticas públicas.

É evidente que a resistência a essa mudança de enfoque não é exclusiva de governos. Ela está presente nos partidos políticos em geral e em vários setores da sociedade, que reagem a sair de suas práticas insustentáveis e pressionam as estruturas públicas para mantê-las.

Uma parte das pessoas com quem dialoguei nas últimas semanas perguntou-me por que não continuar fazendo esse embate dentro do PT. E chego à conclusão de que, após 30 anos de luta socioambiental no Brasil – com importantes experiências em curso, que deveriam ganhar escala nacional, provindas de governos locais e estaduais, agências federais, academia, movimentos sociais, empresas, comunidades locais e as organizações não-governamentais – é o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte por quase trinta anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o País. Assim como vem sendo feito pelo próprio Partido dos Trabalhadores, desde sua origem, no que diz respeito à defesa da democracia com participação popular, da justiça social e dos direitos humanos.

Finalmente, agradeço a forma acolhedora e respeitosa com que me ouviu, estendendo a mesma gratidão a todos os militantes e dirigentes com quem dialoguei nesse período, particularmente a Aloizio Mercadante e a meus companheiros da bancada do Senado, que sempre me acolheram em todos esses momentos. E, de modo muito especial, quero me referir aos companheiros do Acre, de quem não me despedi, porque acredito firmemente que temos uma parceria indestrutível, acima de filiações partidárias. Não fiz nenhum movimento para que outros me acompanhassem na saída do PT, respeitando o espaço de exercício da cidadania política de cada militante. Não estou negando os imprescindíveis frutos das searas já plantadas, estou apenas me dispondo a continuar as semeaduras em outras searas.

Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos.

Saudações fraternas,

Marina Silva


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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sustentável 2009: da subversão à prática, um longo caminho

Oi pesso@l, estou postando abaixo um artigo que publiquei no Portal REJUMA, sobre o 3º Congresso Internacional de Desenvolvimento Sustentável - Sustentável 2009.

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Por Bruno Pinheiro*, para REJUMA




"Ouvir, aqui na PUC, um empresário dizer que precisamos ser subversivos... Nossa, isso é um avanço!". Olhando agora para trás soa mesmo inusitado, como disse o economista e professor Ladislau Dowbor, quando o presidente da Phillips e chairman do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marcus Bicudo, afirmou que o mundo empresarial precisa ser subversivo e romper com a ordem, durante os "Diálogos Impertinentes: Um mundo em colapso ou uma oportunidade de mudança", finalizando o 3º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, o Sustentável 2009.

Subversão é um termo que existe em quase todos os idiomas de origem latina e "está relacionada a um transtorno, uma revolta; principalmente no sentido moral". O seu uso moderno se "refere a tentativas de destruir estruturas de autoridade" (
Wikipedia). O congresso (corporativo) não só terminou com alguém falando sobre subversão, como também começou assim. Logo na mesa de abertura do Sustentável 2009, que aconteceu de 4 a 6 de agosto, o diretor executivo da CEBDS, Fernando Almeida, e a secretária executiva do WWF Brasil também falaram de subversão. Como se o conceito tivesse permeado ciclicamente todo o evento.

A idéia-força é a de que não dá para questionar a realidade de passarmos por um processo de transformações ambientais e que este processo é reflexo de uma "crise de percepção". Esta crise está expressa no modelo produtivo, nas bases do sistema econômico, no comportamento altamente competitivo e irracional do mundo corporativo, na adoção do marketing ecológico como discurso destoado da prática e na falta de abertura de muitos empresários e gestores da iniciativa privada em debater o tema da sustentabilidade. Para o presidente da Phillips, Marcus Bicudo, "o setor empresarial ainda está engatinhando no debate sobre sustentabilidade".

Apesar das perspectivas positivas, do entusiasmo e da vontade que pude perceber em muitos ali presentes, realmente, na prática, o mundo corporativo precisa abrir os olhos e a mente. A sustentabilidade ali falada não é holística e sistêmica, multidimensional e complexa, sociobiodiversa e multicultural, transversal e estruturante, como o pensamento contemporâneo aponta. Em alguns momentos tive a impressão de uma abordagem muito simplista, como se sustentabilidade fosse um método, ou um instrumento de adequação dos processos produtivos em relação às demandas do mercado.

O termo desenvolvimento sustentável surge da crítica sobre os conflitos entre o modelo de desenvolvimento vigente e a integridade do meio ambiente. Foi usado oficialmente pela primeira vez em 1987, quando a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (CMMAD) cunhou o conceito no relatório Our Common Future (Nosso Futuro Comum), conhecido também como Relatório Brundtland. Não passo obstante às críticas ao termo desenvolvimento sustentável, que para muitos pode representar a usurpação, manipulação ou descaracterização da idéia de sustentabilidade pelos detentores do capital; ou a redução e simplificação do seu significado prático.

Também concordo que é melhor e mais coerente falar em sociedades sustentáveis, debater e agir pela construção delas. Entretanto, ele serviu como base para a formulação da Agenda 21 Global, documento oficial da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, a Eco-92, no Rio de Janeiro. A Agenda 21 foi adotada por mais de centena de países e pressupõe a participação como conceito chave, embutindo a co-responsabilização do setor privado, do poder público e da sociedade civil no planejamento e execução de ações transformadoras dos processos sociais no rumo do tal desenvolvimento sustentável. O trabalho com a Agenda 21 Local, no Brasil, traz como base referencial a Carta da Terra, que fala do planeta Terra como uma comunidade de vida interdependente, para a construção de políticas públicas socioambientais locais integradas.

Entre pensar, falar, fazer e ser a solução
No contexto de crise ambiental pelo qual passamos é comum ouvirmos que é preciso surgir um novo tipo pensamento, ou como foi bastante dito durante o Sustentável 2009, "subverter a ordem". Mas como pontuou Ladislau Dowbor, "as soluções para os problemas nunca podem ser criadas pelo mesmo pensamento que os criou". E neste sentido, a senadora Marina Silva, que participava da mesma mesa que Dowbor e Marcus Bicudo, aposta na população. "São as pessoas que vão transformar em sustentáveis os governos e as empresas", falou.

Entretanto, em nenhum momento durante o Congresso houve conversas e debates a respeito de como as empresas constroem, com a participação da sociedade, novos rumos a trilhar. É neste sentido, e na linguagem dos próprios empresários, que concordo plenamente com a fala do presidente da Phillips citada acima. O mercado ainda acha que vai resolver os problemas do mundo sozinho. O setor corporativo não debate, nem incipientemente, a relação empresa/sociedade numa perspectiva dialógica. Ainda prevalece a visão da sociedade como clientela, mesmo quando o tema gerador é sustentabilidade.

Aqui no Brasil, Agenda 21 é uma ação formal de planejamento para o desenvolvimento sustentável, um programa do governo federal coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Há métodos e resultados, os processos locais, sobretudo, estão acontecendo e há experiências de participação da iniciativa privada bastante profícuas que, dado o contexto - Agenda 21 pressupõe participação dos três setores: sociedade civil, poder público e iniciativa privada; é ação governamental; está alinhado às discussões sobre desenvolvimento sustentável, tema do congresso -, naturalmente deveriam estar em debate. A secretária de Articulação Institucional do MMA, Samira Crespo, participou da mesa de abertura do congresso. Não assisti à abertura, então não sei se chegou a abordar o tema. Mas com certeza, se tocou no assunto, não ressoou.

A falta de debates sob o enfoque da democracia participativa no Sustentável 2009 demonstra como as empresas ainda precisam assumir uma postura mais humilde (por mais que as instituições economicamente mais poderosas do globo sejam corporações) e assumir o quanto contribuíram para a crise planetária. Aliás, só assumindo isto, é que chegarão à resposta para o que há pouco tempo começaram a conversar: como se portar e o que fazer perante as cobranças da sociedade em relação às questões socioambientais?

"Eles falam em trabalhar com a sustentabilidade, eles não falam em ser sustentáveis", comentou uma congressista acerca do discurso dos palestrantes. É preciso aprofundar realmente o debate sobre sustentabilidade. Só a partir deste movimento, de perceber a sustentabilidade como uma questão que envolve dimensões éticas, políticas, educacionais, ambientais, comunicacionais, culturais, sociais e econômicas, a constituição de fóruns públicos, onde comunidades possam construir conjuntamente com as empresas uma nova sociedade, mais justa, será considerada como proposta viável. Fica aqui a sugestão de subversão para o Sustentável 2011: dialogar com a sociedade.
(11/8/2009)

* Bruno Pinheiro (@lahun_men) é diretor de Comunicação da Ecosurfi, integra o iMaque.net - Soluções em Sustentabilidade e é um dos interlocutores da REJUMA no Comitê Assessor do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental


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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Anticorpo de Gaia em oito idiomas

idiomas blog widget traduçãoHoje configurei um widget de tradução aqui no blog Anticorpo de Gaia. Na verdade eu já usava um oferecido pelo Google, mas o visual dele não me agradava.

Fuçando por aí encontrei um tradutor de visual bem leve e agradável, baseado simplesmente nas bandeiras dos países. Apesar de estabelecido no serviço do Google, não oferece suporte a 43 idiomas como o original, mas as 8 línguas oferecidas mais que dão conta das demandas aqui do Anticorpo de Gaia.

Ele foi elaborado pela @julianasardinha, do Dicas Blogger, e pode ser visto logo acima da área de postagem, à direita. Aliás, cheio de bons conteúdos para quem quer se aprofundar no cotidiano dos blogs, o Dicas Blogger é uma das minhas principais fontes de auto-aprendizagem a respeito da blogosfera.

Definitivamente, graças ao Google e à @julianasardinha, idioma não é mais fronteira aqui no blog Anticorpo de Gaia.


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