quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Juventudes latino-americanas estão sub-representadas nas negociações sobre mudanças climáticas

Recebi o e-mail que segue abaixo da Juliana Russar (@jubrcop15), a seguidora (Tracker) brasileira do projeto Adote um Negociador (Adopt a Negociator, em Inglês). A proposta do projeto é acompanhar as negociação sobre mudanças climáticas até a 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que acontecerá em dezembro, em Copenhagen na Dinamarca, e distribuir estas informações nos seus países de origem por meio das redes sociais.

Eu a conheci em Brasília recentemente, durante reunião do GT de Juventude do Fórum Brasileiro de Organizações e Movimentos Sociais (FBOMS). Um dos últimos contatos da moça foi feito de Bangkoc, onde está acontecendo a 4ª Rodada de Negociações sobre o Acordo Global do Clima (bem poderia ser do "acorda geral para o clima"), também conhecido como Cúpula de Bangkoc.

A Juliana trouxe informações sobre as movimentações da juventude neste processo de negociações internacionais sobre mudanças do clima. Estão lá na Tailândia algumas redes e organizações internacionais de juventude. Segundo ela, as juventude do sul, sobretudo as latino-americanas, estão subrepresentadas no processo, em comparação com grupos de jovens dos países ricos.

A perspectiva geracional, ao meu ver, é uma das questões fundamentais na construção de medidas de mitigação, adaptação e prevenção dos efeitos das mudanças climáticas. E as considerações dos jovens dos países ditos em desenvolvimento, assim como as do líderes de Estado e movimentos sociais destes mesmos países, não devem ser enfraquecidas em relação às dos países ditos desenvolvidos.

Há muita coisa em jogo, isto é um fato. Somente com ampla participação dos setores e segmentos dos países do sul será possível equilibrar a balança das negociações, que correm grande risco de terminar dando em nada de concreto. Isto fica claro pra mim, simplesmente por não me sentir representado pelos políticos brasileiros que estão tocando estas negociações.

Só com vontade política esta questão poderia ser encaminhada positivamente, pois para termos elos de diversos segmentos e setores brasileiros dedicados a acompanhar e intervir nas negociações, a demanda por recursos é alta. O próprio FBOMS, articulação da sociedade brasileira que mais tem se dedicado a intervir nestes espaços nos últimos anos, está com o poder de atuação reduzido em função da falta de recursos.

Por hora, façamos a nossa parte distribuindo informações, sensibilizando e mobilizando sociedade (a começar por nossos amigos, parentes e contatos pessoais) e fortalecendo campanhas e projetos que distribuem estas informações, favorecendo o empoderamento da sociedade, como a Adote um Negociador.

Conheça também outras campanhas de mobilização para a COP-15:



Veja abaixo o e-mail da Juliana.


Pessoal,

Estou aqui em Bangkok, Tailândia acompanhando reunião preparatória para a Cop-15 em Copenhague e conheci o Enrique Maurtua, da Argentina. Ele é encarregado da CAN-América Latina Joven. A CAN é uma rede formada por mais de 400 ONGs que acompanham as negociações internacionais sobre mudanças climáticas, sendo que o ponto focal da CAN no Brasil é o GT Clima do FBOMS.

Desde o ano passado, a CAN tem feito esforços para incluir mais gente do Sul global no processo das negociações internacionais, incluindo jovens. Nesse sentido, organizou várias oficinas. Em outubro, ocorrerão oficinas na América Latina e uma delas é para a juventude. Envio em anexo a programação, ficha de inscrição, apresentação. Haverá uma declaração final da juventude latino-americana sobre as mudanças climáticas para levar para a CoP-15.

Nenhum participante do Brasil ainda está confirmado. Eu ainda não sei se vou poder ir, mas gostaria de encorajá-los a ir, porque é importante alguém do nosso país participar. Infelizmente, a viagem para o Peru não será coberta pela organização do evento. Falei com o Enrique e ele disse que vai tentar fazer conferências por skype para o encontro.

Acompanho as negociações sobre clima desde 2007 e a juventude latino-americana é muito subrepresentada. Nessa rodada de negociações em Bangkok, além de mim, só uma mexicana e o argentino encarregado do encontro da CAN-LA estão aqui. No entanto, há sempre vários representantes da juventude de países do Sudeste asiático, da China, Índia e da África bem organizados. Ainda não consegui entender direito porque isso acontece.

Gostaria de ver muitas pessoas da juventude brasileira participando das próximas rodadas de negociações!

Por Juliana Russar


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domingo, 27 de setembro de 2009

Dez anos de idade e o poder de mobilizar Honduras

Uma das coisas que mais me impressionaram, de tudo que vi e li a respeito do caso de Honduras foi a altivez de um garotinho de dez anos chamado Oscar David Montesinos. Com um microfone na mão e uma crítica muito bem estruturada contra o golpe, ele agitou uma multidão e impressionou todo mundo com sua capacidade de articular idéias e carisma com o público.

Será que vem surgindo mais um líder latino americano?




Caso Honduras em três parágrafos

Desde quando o presidente de Honduras Manuel Zelaya sofreu o golpe, a três meses atrás, Honduras está em estado de sítio. Há toques de recolher e os militares rondam as ruas, mesmo assimo povo daquele país está demonstrando uma gana por lutar e garantir o desenvolvimento e aprofundamento da democracia.

O antigo presidente do congresso, o golpista Roberto Micheletti, que está forçadamente no poder em Honduras, ainda acredita que com a truculência militar vai suportar este período de manifestação e que, posteriormente, haverá condições de governabilidade. Ele liderou o golpe justamente quando Zelaya a plebiscito a proposta de uma nova constituinte.

Mais recentemente o conflito caiu no colo do Brasil, quando Zelaya chegou e se instalou na embaixada brasileira em Tegucicalpa, em trama forjada pelo presidente Venezuelano Hugo Chavez. E o Lula se viu obrigado a mobilizar apoio internacional para a retomada do poder por parte do Manuel Zelaya. E foi obrigado também a mostrar aos líderes de esquerda da América Latina "de que lado ele samba".


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sábado, 26 de setembro de 2009

Pela paz e contra as mudanças do clima, Ecosurfi pede praias mais limpas

Dia mundial da Limpeza em Rios e Praias em Itanhaém/SP é marcado pela participação de centenas de voluntários em momento pela PAZ



Mais de 160 voluntários despoluíram cinco pontos da cidade de Itanhaém no sábado, dia 19 de setembro, participando da Campanha Vamos Limpar o Mundo 2009, realizada pela Ecosurfi pelo sétimo ano consecutivo. A campanha, que integra as ações globais do Dia Internacional de Limpeza de Rios e Praias, foi a celebração de pessoas unidas para cuidar e enfrentar os efeitos das mudanças climáticas nas zonas costeiras.


Este ano a campanha teve como novidade a parceria com o Greenpeace e a inclusão da atividade nas ações da Campanha TicTacTicTac – A Hora é Agora, que chama a atenção da sociedade para as decisões relativas às mudanças climáticas que serão tomadas na 15ª Conferência das Parte (COP-15) da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas.


Reunidos na Praia do Sonho, em Itanhaém, os voluntários expressaram todo o sentimento e desejo por um mundo social, econômica e ambientalmente mais justo. Juntos, eles formaram um gigante símbolo da paz, chamando a atenção de autoridades e sociedade em geral para duas problemáticas muito sérias: a deterioração dos oceanos e as mudanças climáticas, lembrando que são os oceanos o verdadeiro pulmão do planeta Terra.



Depois de um alongamento e de formar o símbolo da paz, os voluntários se dirigiram para os pontos de despoluição: Praia do Sonho, Cama de Anchieta, Praia dos Pescadores, Ilha das Cabras, Morro do Sapucaitava e Praia da Saudade. Durante as duas horas de atividades de despoluição os voluntários que estavam divididos em 05 equipes coletaram mais de 500 quilos de resíduos sólidos nesses ambientes. Em sua maioria os materiais mais encontrados foram embalagens plásticas seguida por pedaços de isopor, tecidos entre outros. No final, todos se juntaram e meteram a mão na massa para separar os resíduos e calcular a quantidade coletada por tipo.

Resultado de uma parceria entre a Ecosurfi e a Escola Técnica Estadual (ETEC), que estabeleceu a partir deste ano (2009) “dia letivo” o sábado da campanha “Vamos Limpar o Mundo”, centenas de alunos e todo o corpo docente da escola estavam participando das ações.

“Foi uma experiência enriquecedora e mais uma vez a campanha foi um sucesso. A cada ano o envolvimento das pessoas é maior, sem contar o apoio e total colaboração que recebemos da juventude”, fala Jairo Adrian, coordenador da Campanha Vamos Limpar o Mundo 2009.


Eco-Galer@ – juventude ativa!
Além das novidades acima citadas, a Campanha este ano contou com um rico diferencial. A Eco-Galer@, grupo de jovens ambientalistas de Itanhaém, participaram da organização e planejamento das ações. Eles foram os responsáveis pela mobilização, elaboraram materiais informativos e deram palestras em escolas.

“É muito legal participar e ver o momento em que os jovens deixam de ser um projeto para se tornarem sujeitos ativos da transformação”, comenta André Barbosa, um dos formadores da Eco-Galer@.

A Eco-Galer@ é composta, principalmente, por jovens oriundos de uma Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vida) da Escola Municipal Maria Aparecida Amêndola Soares, onde passaram por processos de formação, envolvendo ações de Agenda 21 Escolar. Hoje estes jovens recebem formação semanal em organização juvenil, participação e controle social, políticas de educação, meio ambiente e juventude, métodos participativos, redes e educomunicação, fornecida pela Ecosurfi em caráter de parceria.

Em Itanhaém a campanha Vamos Limpar o Mundo / Dia Mundial da Limpeza em Rios e Praias – conta com o apoio do Restaurante Tia Lena, Itaprint – Impressão Digital, Academia Corpo e Forma, Litoral Sul Águas, Gordo Eventos e contabilidade Belas Artes. São parceiros estratégicos as organizações Global Garbage, Greenpece – campanha de Oceanos, ETEC – Escola Técnica Estadual e ASSU - Associação Socioambiental Somos Ubatuba, Ecogalera e organização local ONG Ecosurfi.

Publicado originalmente no site da ONG Ecosurfi


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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Das raízes às flores

Da raiz às pétalas
um tronco espinhudo.
Em cada espinho
uma agrura solitária
de impulsos mudos.

Tropeços pelo caminho,
daqueles que mudam o mundo.
São agruras solitárias
conectadas pelo cerne
de uma flor aromática.

Cada ramo, uma flor.
Até elas os espinhos
podem furar ou ferir.

Cada flor, várias pétalas.
Formando o composto
aromático e visual.

É estética e ética
das raízes às flores.
Em ramos diferentes
com espinhos no caminho
e a complexidade de valores.

Imagine se só
de um ramo ou de uma pétala
fosse feita a flor,
fosse forjado odor
ou construído o amor.

Imagine então
a felicidade como flores
e a alegria como pétalas.
A sinergia como as cores
e a vontade como o néctar.

Como o brilho de um cristal
visto por uma águia
que manifesta valores.
É estética e ética
das raízes às flores.

Por Bruno Pinheiro


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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Corrida eleitoral para 2010: largada!

Vi esta charge no Movimento Marina Silva Presidente e resolvi postar aqui. Se, em agosto de 2009, podemos falar de corrida eleitoral para outubro de 2010, ela ilustra bem a realidade deste início de prova.

A senadora Marina Silva, que anunciou sua saída do PT ontem (veja Carta que a senadora enviou ao presidente do partido, Ricardo Berzoini), vem correndo por fora, porém livre das amarras costuradas pelas alianças partidárias do PT e do PSDB.

Na minha opinião só faltou um detalhe, a Dilma está muito disposta na ilustração. Deveria estar mais cansadinha...



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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Marina se desliga do PT e rearranja projeto político para o Brasil

Hoje a senadora Marina Silva deu uma chacoalhada geral nas perspectivas eleitorais para 2010. Ela enviou uma carta de desligamento do PT (que segue abaixo) ao presidente do partido, Ricardo Berzoini, e confirmou sua saída do Partido dos Trabalhadores para se filiar ao Partido Verde.

A idéia, expressa na carta, é empreender uma "construção programática capaz de apresentar ao Brasil um projeto nacional que expresse os conhecimentos, experiências e propostas voltados para um modelo de desenvolvimento em cujo cerne esteja a sustentabilidade ambiental, social e econômica".

Com a decisão, Marina Silva não só redefine os debates e as propostas ao inserir a sustentabilidade como eixo estratégico e transversal e a democracia participativa como princípio programático. Ela faz um verdadeiro rearranjo nos rumos políticos do Brasil.

Uma eleição que alguns já chamavam de plebiscitária, isto é, a população teria duas escolhas a fazer: Dilma Roussef, continuando o lulismo, ou José Serra, voltando aos parâmetros tucanos (não tão distantes assim dos petistas).

Segue abaixo a carta na íntegra:


“Brasília, 19 de agosto de 2009

Caro companheiro Ricardo Berzoini,

Tornou-se pública nas últimas semanas, tendo sido objeto de conversa fraterna entre nós, a reflexão política em que me encontro há algum tempo e que passou a exigir de mim definições, diante do convite do Partido Verde para uma construção programática capaz de apresentar ao Brasil um projeto nacional que expresse os conhecimentos, experiências e propostas voltados para um modelo de desenvolvimento em cujo cerne esteja a sustentabilidade ambiental, social e econômica.

O que antes era tratado em pequeno círculo de familiares, amigos e companheiros de trajetória política, foi muito ampliado pelo diálogo com lideranças e militantes do Partido dos Trabalhadores, a cujos argumentos e questionamentos me expus com lealdade e atenção. Não foi para mim um processo fácil. Ao contrário, foi intenso, profundamente marcado pela emoção e pela vinda à tona de cada momento significativo de uma trajetória de quase trinta anos, na qual ajudei a construir o sonho de um Brasil democrático, com justiça e inclusão social, com indubitáveis avanços materializados na eleição do Presidente Lula, em 2002.

Hoje lhe comunico minha decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores. É uma decisão que exigiu de mim coragem para sair daquela que foi até agora a minha casa política e pela qual tenho tanto respeito, mas estou certa de que o faço numa inflexão necessária à coerência com o que acredito ser necessário alcançar como novo patamar de conquistas para os brasileiros e para a humanidade. Tenho certeza de que enfrentarei muitas dificuldades, mas a busca do novo, mesmo quando cercada de cuidados para não desconstituir os avanços a duras penas alcançados, nunca é isenta de riscos.

Tenho a firme convicção de que essa decisão vai ao encontro do pensamento de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, que há muitas décadas apontam objetivamente os equívocos da concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida.

Tive a honra de ser ministra do Meio Ambiente do governo Lula e participei de importantes conquistas, das quais poderia citar, a título de exemplo, a queda do desmatamento na Amazônia, a estruturação e fortalecimento do sistema de licenciamento ambiental, a criação de 24 milhões de hectares de unidades de conservação federal, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Serviço Florestal Brasileiro. Entendo, porém, que faltaram condições políticas para avançar no campo da visão estratégica, ou seja, de fazer a questão ambiental alojar-se no coração do governo e do conjunto das políticas públicas.

É evidente que a resistência a essa mudança de enfoque não é exclusiva de governos. Ela está presente nos partidos políticos em geral e em vários setores da sociedade, que reagem a sair de suas práticas insustentáveis e pressionam as estruturas públicas para mantê-las.

Uma parte das pessoas com quem dialoguei nas últimas semanas perguntou-me por que não continuar fazendo esse embate dentro do PT. E chego à conclusão de que, após 30 anos de luta socioambiental no Brasil – com importantes experiências em curso, que deveriam ganhar escala nacional, provindas de governos locais e estaduais, agências federais, academia, movimentos sociais, empresas, comunidades locais e as organizações não-governamentais – é o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte por quase trinta anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o País. Assim como vem sendo feito pelo próprio Partido dos Trabalhadores, desde sua origem, no que diz respeito à defesa da democracia com participação popular, da justiça social e dos direitos humanos.

Finalmente, agradeço a forma acolhedora e respeitosa com que me ouviu, estendendo a mesma gratidão a todos os militantes e dirigentes com quem dialoguei nesse período, particularmente a Aloizio Mercadante e a meus companheiros da bancada do Senado, que sempre me acolheram em todos esses momentos. E, de modo muito especial, quero me referir aos companheiros do Acre, de quem não me despedi, porque acredito firmemente que temos uma parceria indestrutível, acima de filiações partidárias. Não fiz nenhum movimento para que outros me acompanhassem na saída do PT, respeitando o espaço de exercício da cidadania política de cada militante. Não estou negando os imprescindíveis frutos das searas já plantadas, estou apenas me dispondo a continuar as semeaduras em outras searas.

Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos.

Saudações fraternas,

Marina Silva


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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sustentável 2009: da subversão à prática, um longo caminho

Oi pesso@l, estou postando abaixo um artigo que publiquei no Portal REJUMA, sobre o 3º Congresso Internacional de Desenvolvimento Sustentável - Sustentável 2009.

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Por Bruno Pinheiro*, para REJUMA




"Ouvir, aqui na PUC, um empresário dizer que precisamos ser subversivos... Nossa, isso é um avanço!". Olhando agora para trás soa mesmo inusitado, como disse o economista e professor Ladislau Dowbor, quando o presidente da Phillips e chairman do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marcus Bicudo, afirmou que o mundo empresarial precisa ser subversivo e romper com a ordem, durante os "Diálogos Impertinentes: Um mundo em colapso ou uma oportunidade de mudança", finalizando o 3º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, o Sustentável 2009.

Subversão é um termo que existe em quase todos os idiomas de origem latina e "está relacionada a um transtorno, uma revolta; principalmente no sentido moral". O seu uso moderno se "refere a tentativas de destruir estruturas de autoridade" (
Wikipedia). O congresso (corporativo) não só terminou com alguém falando sobre subversão, como também começou assim. Logo na mesa de abertura do Sustentável 2009, que aconteceu de 4 a 6 de agosto, o diretor executivo da CEBDS, Fernando Almeida, e a secretária executiva do WWF Brasil também falaram de subversão. Como se o conceito tivesse permeado ciclicamente todo o evento.

A idéia-força é a de que não dá para questionar a realidade de passarmos por um processo de transformações ambientais e que este processo é reflexo de uma "crise de percepção". Esta crise está expressa no modelo produtivo, nas bases do sistema econômico, no comportamento altamente competitivo e irracional do mundo corporativo, na adoção do marketing ecológico como discurso destoado da prática e na falta de abertura de muitos empresários e gestores da iniciativa privada em debater o tema da sustentabilidade. Para o presidente da Phillips, Marcus Bicudo, "o setor empresarial ainda está engatinhando no debate sobre sustentabilidade".

Apesar das perspectivas positivas, do entusiasmo e da vontade que pude perceber em muitos ali presentes, realmente, na prática, o mundo corporativo precisa abrir os olhos e a mente. A sustentabilidade ali falada não é holística e sistêmica, multidimensional e complexa, sociobiodiversa e multicultural, transversal e estruturante, como o pensamento contemporâneo aponta. Em alguns momentos tive a impressão de uma abordagem muito simplista, como se sustentabilidade fosse um método, ou um instrumento de adequação dos processos produtivos em relação às demandas do mercado.

O termo desenvolvimento sustentável surge da crítica sobre os conflitos entre o modelo de desenvolvimento vigente e a integridade do meio ambiente. Foi usado oficialmente pela primeira vez em 1987, quando a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (CMMAD) cunhou o conceito no relatório Our Common Future (Nosso Futuro Comum), conhecido também como Relatório Brundtland. Não passo obstante às críticas ao termo desenvolvimento sustentável, que para muitos pode representar a usurpação, manipulação ou descaracterização da idéia de sustentabilidade pelos detentores do capital; ou a redução e simplificação do seu significado prático.

Também concordo que é melhor e mais coerente falar em sociedades sustentáveis, debater e agir pela construção delas. Entretanto, ele serviu como base para a formulação da Agenda 21 Global, documento oficial da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, a Eco-92, no Rio de Janeiro. A Agenda 21 foi adotada por mais de centena de países e pressupõe a participação como conceito chave, embutindo a co-responsabilização do setor privado, do poder público e da sociedade civil no planejamento e execução de ações transformadoras dos processos sociais no rumo do tal desenvolvimento sustentável. O trabalho com a Agenda 21 Local, no Brasil, traz como base referencial a Carta da Terra, que fala do planeta Terra como uma comunidade de vida interdependente, para a construção de políticas públicas socioambientais locais integradas.

Entre pensar, falar, fazer e ser a solução
No contexto de crise ambiental pelo qual passamos é comum ouvirmos que é preciso surgir um novo tipo pensamento, ou como foi bastante dito durante o Sustentável 2009, "subverter a ordem". Mas como pontuou Ladislau Dowbor, "as soluções para os problemas nunca podem ser criadas pelo mesmo pensamento que os criou". E neste sentido, a senadora Marina Silva, que participava da mesma mesa que Dowbor e Marcus Bicudo, aposta na população. "São as pessoas que vão transformar em sustentáveis os governos e as empresas", falou.

Entretanto, em nenhum momento durante o Congresso houve conversas e debates a respeito de como as empresas constroem, com a participação da sociedade, novos rumos a trilhar. É neste sentido, e na linguagem dos próprios empresários, que concordo plenamente com a fala do presidente da Phillips citada acima. O mercado ainda acha que vai resolver os problemas do mundo sozinho. O setor corporativo não debate, nem incipientemente, a relação empresa/sociedade numa perspectiva dialógica. Ainda prevalece a visão da sociedade como clientela, mesmo quando o tema gerador é sustentabilidade.

Aqui no Brasil, Agenda 21 é uma ação formal de planejamento para o desenvolvimento sustentável, um programa do governo federal coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Há métodos e resultados, os processos locais, sobretudo, estão acontecendo e há experiências de participação da iniciativa privada bastante profícuas que, dado o contexto - Agenda 21 pressupõe participação dos três setores: sociedade civil, poder público e iniciativa privada; é ação governamental; está alinhado às discussões sobre desenvolvimento sustentável, tema do congresso -, naturalmente deveriam estar em debate. A secretária de Articulação Institucional do MMA, Samira Crespo, participou da mesa de abertura do congresso. Não assisti à abertura, então não sei se chegou a abordar o tema. Mas com certeza, se tocou no assunto, não ressoou.

A falta de debates sob o enfoque da democracia participativa no Sustentável 2009 demonstra como as empresas ainda precisam assumir uma postura mais humilde (por mais que as instituições economicamente mais poderosas do globo sejam corporações) e assumir o quanto contribuíram para a crise planetária. Aliás, só assumindo isto, é que chegarão à resposta para o que há pouco tempo começaram a conversar: como se portar e o que fazer perante as cobranças da sociedade em relação às questões socioambientais?

"Eles falam em trabalhar com a sustentabilidade, eles não falam em ser sustentáveis", comentou uma congressista acerca do discurso dos palestrantes. É preciso aprofundar realmente o debate sobre sustentabilidade. Só a partir deste movimento, de perceber a sustentabilidade como uma questão que envolve dimensões éticas, políticas, educacionais, ambientais, comunicacionais, culturais, sociais e econômicas, a constituição de fóruns públicos, onde comunidades possam construir conjuntamente com as empresas uma nova sociedade, mais justa, será considerada como proposta viável. Fica aqui a sugestão de subversão para o Sustentável 2011: dialogar com a sociedade.
(11/8/2009)

* Bruno Pinheiro (@lahun_men) é diretor de Comunicação da Ecosurfi, integra o iMaque.net - Soluções em Sustentabilidade e é um dos interlocutores da REJUMA no Comitê Assessor do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental


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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Anticorpo de Gaia em oito idiomas

idiomas blog widget traduçãoHoje configurei um widget de tradução aqui no blog Anticorpo de Gaia. Na verdade eu já usava um oferecido pelo Google, mas o visual dele não me agradava.

Fuçando por aí encontrei um tradutor de visual bem leve e agradável, baseado simplesmente nas bandeiras dos países. Apesar de estabelecido no serviço do Google, não oferece suporte a 43 idiomas como o original, mas as 8 línguas oferecidas mais que dão conta das demandas aqui do Anticorpo de Gaia.

Ele foi elaborado pela @julianasardinha, do Dicas Blogger, e pode ser visto logo acima da área de postagem, à direita. Aliás, cheio de bons conteúdos para quem quer se aprofundar no cotidiano dos blogs, o Dicas Blogger é uma das minhas principais fontes de auto-aprendizagem a respeito da blogosfera.

Definitivamente, graças ao Google e à @julianasardinha, idioma não é mais fronteira aqui no blog Anticorpo de Gaia.


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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Delegado da III CNIJMA participa de consulta pública em Manaus e cobra proteção da floresta amazônica

Por Bruno Pinheiro

altNo dia 24 de julho, o jovem Alexandre Lucas Viana Ferreira Souza, de 12 anos, chamou a atenção das autoridades e da mídia ao participar de uma consulta pública sobre o Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento, promovida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas. Liberado pela escola e família a participar da reunião, falou com propriedade e fez questionamentos certeiros e diretos sobre o Plano.

Alexandre é um dos 669 delegados de todos os estados brasileiros que estiveram em Luziânica (GO), em abril deste ano, para a III Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (III CNIJMA). Na ocasião, apresentou na escola um projeto de conscientização dos alunos sobre a importância de preservar a Amazônia, foi escolhido para representar a escola na Conferência Estadual e depois foi eleito para a etapa nacional.

Apesar da pouca idade, a atuação do garoto na consulta do dia 24 foi destaque. Tanto que a Agência Envolverde publicou no dia 28 de julho uma matéria sobre a participação do atento e engajado Alexandre na reunião (Jovem de 12 anos pede proteção da floresta durante consulta pública em Manaus) .

O texto destaca um questionamento feito pelo garoto às cerca de 250 pessoas presentes na consulta, direcionada especificamente ao coordenador de políticas públicas do IPAM - Instituto de Pesquisas da Amazônia, André Lima: “através deste plano, como o Amazonas vai combater o desmatamento?”. A resposta poderia estar clara na cabeça de pesquisadores e autoridades, mas a pergunta, clara e objetiva, retrata como a linguagem utilizada nestes processos de construção política precisa ser traduzida para que seja compreendida por toda população.

alt
Quem fez questão de destacar a atuação de Alexandre na atividade foi a secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Nádia Ferreira. Para ela, ainda de acordo com o texto da Envolverde, "a implementação deste plano nasce de fato de participações e contribuições como a do jovem Alexandre, ao dar um grande exemplo de cidadania. Ele poderá no futuro cobrar juntamente com a sociedade a efetivação das ações tratadas nesta consulta pública. A luta contra o desmatamento é um dever de todos".

Hoje Alexandre integra o Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Amazonas, grupo que desde 2003 atua com as questões de juventude e meio ambiente no estado, articulado na REJUMA com os CJs e outros grupos e movimentos de juventude e meio ambiente de todo o Brasil.

A participação e o sucesso da intervenção de Alexandre na consulta pública é mérito total de sua capacidade pessoal de intervir politicamente. Mas encarando o contexto de desdobramento da III Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, é preciso reconhecer o potencial concretizado das CNIJMAs de envolver jovens nos processos de políticas socioambientais brasileiras do local ao nacional.

Imagem 1: Alexandre em momento durante a III CNIJMA, em Luziânia/GO (abril/2009)
Imagem 2: À direita na foto, de camisa azul clara, Alexandre era um dos menores integrantes da delegação amazonense na III CNIJMA

Fonte imagens: Comunidade Vamos Cuidar do Brasil no EducaRede


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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Juventude pelo Meio Ambiente no VI Fórum de EA

Aqui no Anticorpo de Gaia foco na interação e troca de conteúdo com outras pessoas e divulgo informações sobre os movimentos e lutas que participo e apóio. Não tenho o costume de usar o blog como uma espécie de diário, mas desta vez estou passando para algo do tipo.

Estou aqui no Rio de Janeiro, no Colégio Assunção em Santa Tereza. Desde o dia 18 de julho estava acontecendo o IV Encontro Nacional de Juventude e Meio Ambiente, evento que integra o calendário da Escuta Nacional do Programa Juventude e Meio Ambiente. O Encontro está sendo promovido pelos Ministérios da Educação, do Meio Ambiente e da Secretaria Nacional de Juventude e grande parte dos recursos que financiam este importante momento do processo é proveniente de emenda parlamentar do gabinete da senadora Marina Silva.

O Encontro literalmente "acabou de acabar", mas a jornada a continua. A partir de amanhã começa o VI Fórum Brasileiro de Educação Ambiental a atenção da juventude pelo meio ambiente se volta para as articulações e construções em torno das ações, processos e políticas pró-sustentabilidade no bojo da comunidade de educadores e educadoras ambientais do Brasil que compõem a REBEA- Rede Brasileira de Educação Ambiental.

Durante o VI Fórum temos várias frentes de atuação, interfaces mil. Oficina de Mapas Verdes, produção de videos, jornada de juventude e o Tratado de EA, manifestações, a presença e participação das redes estaduais... Pela Ecosurfi vamos divulgar a Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Vou postando durante estes próximos dias alguns acontecimentos que rolarem por aqui.


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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Google e agência da ONU criam serviço de monitoramento de CO2 dos países online

O Secretariado da Convenção Quadro sobre mudanças do clima, das Nações Unidas, (UNFCCC), em parceria com o Google e o governo da Dinamarca, criou um novo serviço online (http://maps.unfccc.int/di/map/) que permite a visualização de dados das emissões de gases do efeito estufa dos países através do Google Maps.

O mapa de emissões pode ser apresentado de várias maneiras: emissões nacionais totais ou redução de emissões, emissões ou reduções por setor industrial e mudanças nas emissões em números absolutos ou em porcentagem em comparação com o ano base.

Outro novo serviço oferecido pelo órgão, criado com o intuito de aumentar a transparência dos mecanismos baseados em projetos, é um sistema de arquivos em áudio para melhorar a compreensão sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), com arquivos que tratam desde aspectos introdutórios mais gerais até análises detalhadas dos últimos acontecimentos.

Fonte: Envolverde


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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Para jovens cartilha de EA do governo de São Paulo é um desfavor

A zebra é branca com listras pretas ou pretas com listras brancas? Não é pegadinha nem piada, esta é uma das perguntas que a cartilha da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo faz aos estudantes


O Coletivo Jovem Caipira de Meio Ambiente chama atenção da sociedade para uma série de equívocos na "Cartilha Ecológica - Sou dessa turma!", da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo. Em artigo publicado no portal Flecha de Luz - Conhecimento e Prática dos Anticorpos de Gaia, o grupo analisa o material didático e convida toda a sociedade a repensar a Educação Ambiental (EA) no estado de São Paulo, apontando falhas desde o processo de elaboração ao conteúdo final, até a coerência do material didático com a legislação federal de Educação Ambiental.

Um ponto fundamental da análise é a crítica sobre a abordagem na elaboração do produto. Segundo o texto trata-se de "uma iniciativa isolada da Secretaria Estadual de Meio Ambiente pois não consta (na cartilha e no site) nenhuma indicação de reunião ou planejamento de governo com todos as outras Secretarias Estaduais". Falta de diálogo dentro do governo e também da Secretaria de Meio Ambiente com a sociedade, já que é fato a "ausência de consulta prévia com cidadãos, movimentos sociais, redes e coletivos gestores socioambientais".

Os jovens demonstram como o livro apresenta e impõe padrões de comportamento social, observam que são apresentados animais e árvores exóticos como referência para a construção de saberes ambientais no ensino formal paulista e também a ausência de espécies vegetais da Mata Atlântica. Na contramão da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/99), que estabelece como princípio em seu artigo 4º a "abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais". Com certeza não é olhando pra fora da sua realidade que os alunos aprenderão as relações entre os acontecimentos de suas comunidades com o cenário internacional.

Mais, atestam que ela foi produzida com material que implica altos desperdícios de papel na impressão e questionam a coerência da proposta com tratados e convenções internacionais, como a Convenção de Diversidade Biológica a qual o Brasil é signatário, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global e Agenda 21.

A "Cartilha Ecológica - Sou dessa turma!" tem como proposta orientar a impĺementação da EA no ensino formal, atrelado à pontuação na diretiva de Educação Ambiental do Programa Municípios Verdes. Na opinião dos jovens do CJ Caipira, o material está sendo distribuído como "ferramenta para alcançar pontuação em EA no jogo do ranking dos Municípios Verdes, a política ambiental descentralizada como diz o site do Programa".

Apesar dos vieses autoritário, simplista e centralizador da Secretaria de Meio Ambiente com a proposta, o Decreto 4.281, de 25 de junho de 2002 (que regulamenta a Lei 9.795/99 - Política Nacional de Educação Ambiental) expressa em seu artigo 5º que a EA deve ser integrada "às discplinas de modo transversal, contínuo e permanente". E diz também em seu artigo 6º que os programas de EA devem ser integrados entre outros, às atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de gerenciamento de resíduos, de gerenciamento costeiro, etc.

Para saber mais, acesse a análise Um desfavor ambiental em SP

Leia também sobre o Municípios Verdes

E conheça a Política Nacional de Educação Ambiental e a Política Estadual de Educação de São Paulo

Crédito imagens: CJ Caipira


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terça-feira, 7 de julho de 2009

Ministra Dilma confirma erros em seu currículo publicado na Plataforma Lattes


Por  Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, reconheceu, hoje (7), erros em seu currículo, publicado no site da Plataforma Lattes, base de dados de currículos acadêmicos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), e informou que o documento foi corrigido.

No currículo publicado no banco de dados, constava que a ministra tinha concluído o curso de mestrado na Universidade de Campinas (Unicamp) e era doutoranda em ciências sociais, na mesma instituição.

Dilma confirmou que não terminou o curso de mestrado, mas explicou que, à época do preenchimento do documento, em 2000, era aluna do doutorado na universidade, embora cursasse economia, e não ciências sociais, conforme registrado erroneamente na Plataforma Lattes.

“Lá tem um equívoco, sim. A parte relativa ao mestrado está errada. A parte relativa a ser doutoranda não estava errada no que se refere a ser doutoranda. Mas está errada no que se refere ao curso que me botaram. As duas coisas foram retificadas”, declarou.

Embora o banco de dados só possa ser atualizado com a senha e o Cadastro de Pessoa Física (CPF) do usuário, a ministra afirmou que não sabe de onde partiram as informações incorretas.

“Aquele documento, com aquele informação [ciências sociais], te asseguro que não [preenchi]. Não sei qual vantagem teria de falar que fiz ciências sociais e não economia, que é a minha ciência pública e notória”, disse a ministra.

Dilma também explicou que, apesar de ter concluído todos os créditos [as aulas] dos dois cursos, não apresentou as teses porque se afastou para assumir cargos públicos. "Não estava gazeteando nada. Não fiz porque estava trabalhando”, justificou.

Durante assinatura de convênios para obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio, a ministra evitou polemizar sobre a crise no Senado Federal.

“Como não estou acompanhando, me manifesto episodicamente sobre a questão do Senado. Como não é minha área, não vou me manifestar hoje.”

A revista mensal Piauí foi a publicação que colocou dúvida sobre informações que constavam do currículo da ministra, publicado no site da Casa Civil. Posteriormente, o jornal O Globo se aprofundou na questão. Com o erro no site da Casa Civil, ficou constatada a informação errada, também na Plataforma Lattes.

Crédito Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Ilustração: Bruno Pinheiro

Fonte: Agência Brasil


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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Seja coerente, Katia Abreu

meio ambiente mop 458 katia abreu greenpeace sustentabilidade alimento terrasUma frase muito bela, que fica feia no seu contexto original. "O meio ambiente é um tema da maior importância para o Brasil, não pode ser tratado como um monopólio de apenas meia dúzia de pessoas".  

Ela foi proferida pela senadora Katia Abreu ao plenário na última terça-feira (30), falando também que graças ao "agronegócio que o Brasil está exportando mais produtos agrícolas do que o que compra de outros países".

Uma inversão de valores, eu diria. O Brasil não está exportando menos alimentos que importa porque o agronegócio produz e vende bastante. Compramos menos do que vendemos porque os pequenos agricultores produzem com muito sofrimento os alimentos que mantém a barriga dos brasileiros cheias.

Enquanto os pequenos sofrem, os grandes lucram milhões produzindo para o exterior e, com isto, gozam com a concentração de terras e de poder político e econômico. Os pequenos ralam duro para produzir e ter acesso aos "bens de consumo". Os grandes manejam as estruturas do estado e as decisões políticas em favor da manutenção do controle dos meios de produção.

Katia Abreu, em sua fala, não só ignora o fato de que quase 70% do alimento consumido no Brasil é proveniente da agricultura familiar. Ela ignora também que 8 em cada 10 trabalhadores rurais estão em propriedades com até 50 ha. E também não cita em nenhum momento os efeitos negativos que a produção em larga escala implica no equilíbrio ambiental. 

Pois é, agronegócio significa justamente monocultura e pecuária em grandes extensões de terra buscando produções em níveis industriais. Grandes extensões de propriedades privadas, concentradas nas mãos de poucos, claro. Ou seja, propriedade concentrada, como os 67 milhões de hectares de terras públicas na Amazônia os quais Katia Abreu ajudou a jogar na colo de grileiros com a MP 458, que virou a Lei 11.952.

As monoculturas são comprovadamente insustentáveis. Demandam grande quantidade de defensivos químicos, empobrecem e reduzem a diversidade de microorganismos e substâncias no solo, até a terra ficar infértil para a plantação e ser transformada em pasto.

Um conselho à senadora: se a senhora quer ser coerente com a frase lá de cima, pode começar apoiando a reforma agrária e viabilizando a desconcentração de terras. E também pode estimular a produção agroecológica e ajudar a dar escala às diversas tecnologias sociais criadas pelas agricultura familiar em cooperação com universidades, centros de pesquisa e organizações da sociedade civil. E muito mais fácil, pode poupar a nossa paciência com discursos hipócritas.


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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Os Pré-Cogs estão chegando

Um ótimo artigo abordando a decisão de STF de liberar a prática da profissão de jornalista da obrigatoriedade do diploma. Vale a pena ler!

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Por Ivana Bentes*
Para Carta Capital

precogs meio ambiente sustentabilidade juventude jovemFinalmente caiu o diploma de jornalista. Em votação histórica no Supremo Tribunal Federal.

O fim da exigência do diploma para se exercer o jornalismo no Brasil (como em tantos paises do mundo inteiro) abre uma série de novas questões e debates sobre o campo da Comunicação pós-midias digitais, bem mais interessantes que o velho muro das lamentações corporativas. Agora, será necessário constituir novos “direitos” para jornalistas e não-jornalistas, free-lancers, blogueiros e midialivristas terão que inventar novas formas de lutas, comuns.

O fim do diploma tira da “invisibilidade” a nova força do capitalismo cognitivo, as centenas e milhares de jovens free-lancers, autônomos, midialivristas, inclusive formados em outras habilitações de Comunicação, que eram impedidos por lei de fazer jornalismo e exercer a profissão e que, ao lado de qualquer jovem formado em Comunicação, constituem hoje os novos produtores simbólicos, a nova força de trabalho “vivo”.

Vamos finalmente sair do piloto automático dos argumentos prontos “em defesa do diploma” que sempre escamotearam alguns pontos decisivos:

1. O fim da exigência de diploma para trabalhar em jornalismo não significa o fim do Ensino Superior em Jornalismo, nem o fim dos Cursos de Comunicação que nunca foram tão valorizados. Outros cursos, extremamente bem sucedidos e disputados no campo da Comunicação (como Publicidade) não tem exigência de diploma para exercer a profissão e são um sucesso com enorme demanda. A qualidade dos cursos e da formação sempre teve a ver diretamente com projetos pedagógicos desengessados, com consistência acadêmica, professores de formação múltipla e aberta, diversidade subjetiva e não com “especificidade” ou exigência corporativa de diploma.

2. As empresas de jornalismo e comunicação são as primeiros a contratarem os jornalistas com formação superior. NA UFRJ, por exemplo, os estudantes de Comunicação e Jornalismo são "caçados" pelas empresas que dão preferência aos formados, com nível superior em Comunicação, por que mudariam?

3. Esse papo de "quem é contra o diploma faz o jogo do patrões", é uma velha ladainha, repetida no piloto automático da frases feitas. Raciocínio que é bem mais conservador e retrógrado que o próprio discurso das empresas/mercado que precisa empregar quem tem formação de qualidade. Que precisa de profissionais qualificados,capazes de entender os novos ambientes pós-digitais, capazes de fazer redes e de inovar em diferentes campos.

4. Os jornais já burlam a exigência de diploma pagando os MAIORES salários da Redação aos não-jornalistas, cronistas, articulistas, editorialistas, muitos SEM diploma (a exigência de diploma nunca alterou esse quadro!). As Universidades não precisam formar os “peões” diplomados, mas jovens capazes de exercer sua autonomia, liberdade e singularidade, dentro e fora das corporações, não profissionais “para o mercado”, mas capazes de “criar” novos mercados, jornalismo público, pós-corporações.

5. Nada justificava a "excepcionalidade" do diploma para os jornalistas que criou uma “reserva de mercado” para um pequeno grupo e que diminuía a empregabilidade de jovens formados em cinema, rádio e TV, audiovisual, publicidade, produção editorial, etc. proibidos pelo diploma de exercer.....jornalismo.

Até agora, nenhuma entidade corporativa defendeu nem pensou em uma SEGURIDADE NOVA para os free-lancers, os precários, os que não tem e nunca terão carteira assinada. É hora das associações, federações, sindicatos mudarem o discurso do século XIX e entrarem no século XXI buscando uma nova forma de SEGURIDADE PARA OS PRECÁRIOS, OS NÃO DIPLOMADOS, OS MIDIALIVRISTAS, o fim do diploma aponta para essas novas lutas.

O raciocínio corporativo constituiu até hoje uma espécie de “vanguarda da retaguarda”, discurso, fabril, estanque, de defesa da “carteira assinada” e "postos de trabalho ", quando no capitalismo cognitivo, no capitalismo dos fluxos e da informação o que interessa é qualificar não para "postos" ou especialidades (o operário substituível, o salário mais baixo da redação!), mas para CAMPOS DO CONHECIMENTO, para a produção de conhecimento de forma autônoma e livre, não o assujeitamento do assalariado, paradigma do capitalismo fordista.

A idéia de que para ter “direitos” é preciso se ‘assujeitar” a uma relação de patrão/empregado, de “assalariamento”, é uma idéia francamente conservadora!

O precariado cognitivo, os jovens precários das economias criativas estão reinventando as relações de trabalho, os desafios são enormes, a economia pós-Google não é a Globo fordista, não vamos combater as novas assimetrias e desigualdades com discursos e instrumentos da revolução industrial.

Devemos lutar não por cartórios do século XIX, mas pelos novos movimentos sociais de organização e defesa do precariado, lutar pela AUTONOMIA fora das corporações, para novas formas de organização e seguridade do trabalhador livre do PATRÃO E DA CORPORAÇÃO.

A General Motors nos EUA e as fábricas fordistas não vão falir sozinhas, levarão juntos o capitalismo fabril, patronal, corporativo e o arsenal conceitual, os discursos, que não conseguem mais dar conta, nem explicar, as mudanças.

Acabou o diploma de Jornalismo, mas o diploma/formação de Comunicação nunca foi tão importante! Vamos agora pensar o jornalismo público, o jornalismo do comum! E, antes que eu me esqueça: isso não tem nada a ver com “neoliberalismo”, vamos parar de repetir duas ou três frases clichês!

Existem hoje “revoluções do capitalismo” (titulo do belo livro de Mauricio Lazaratto, inspirado em Antonio Negri e Gilles Deleuze).

Não é a toa que a garotada prefere ir para as Lan Houses ao invés de entrarem para as corporações.

A Comunicação e o jornalismo são importantes demais para serem "exclusivas" de um grupo de "profissionais". A Comunicação e o jornalismo hoje são um "direito" de todos, que será exercido por qualquer brasileiro, com ou sem diploma.

O capitalismo cognitivo está constituindo um novo processo de acumulação globalizado, que tem como base o conhecimento, as redes sociais, a comunicação, o “trabalho vivo” (Negri. Lazaratto. Cocco), existem, claro, novas formas de exploração e assujeitamento, mas também novas formas de luta!

Adeus ao proletariado fabril, diplomado ou não, viva o precariado cognitivo, os Pré-Cogs que estão chegando e são a base da comunicação, base das tecnologias da informação, base da economia do conhecimento, que alimenta a inovação e as novas lutas.

Viva a formação superior em Comunicação, em Jornalismo, viva as Escola Livres de Jornalismo e as novas dinâmicas mundanas de ensino/aprendizado e trabalho “vivo”.

*Ivana Bentes é professora e diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, é formada em Comunicação com habilitação em jornalismo. Twitter: @ivanabentes


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Conhecimento livre é "liberdade de comunicação"

meio ambiente conhecimento livre cultura digital sustentabilidade comunicação libertária
Este manifesto encontra-se originalmente no site FreeCulture.org e a tradução que segue abaixo é creditada a João Carlos Caribé, do Blog Trezentos. Qualquer possível relação do texto com o Projeto de Lei do senador Azeredo, chamado de AI-5 Digital, não é mera coincidência.

Manifesto da Cultura Livre


A missão do movimento da Cultura Livre é construir uma estrutura participativa para a sociedade e para a cultura, de baixo para cima, ao contrário da estrutura proprietária, fechada, de cima para baixo. Através da forma democrática da tecnologia digital e da internet, podemos disponibilizar ferramentas para criação, distribuição, comunicação e colaboração, ensinando e aprendendo através da mão da pessoa comum - e através da verdadeiramente ativa, informada e conectada cidadania: injustiça e opressão serão lentamente eliminadas do planeta.

Nos acreditamos que a Cultura deve ser uma construção participativa de duas mãos, e não meramente de consumo. Não nos contentaremos em sentar passivamente na frente de um tubo de imagem de midia de mão única. Com a Internet e outros avanços, a tecnologia existe para a criação de novos paradigmas, um deles é que qualquer um pode ser um artista, e qualquer um pode ser bem sucedido baseado em seus méritos e não nas conexões da industria.

Nos negamos a aceitar o futuro do feudalismo digital, onde nos não somos donos dos produtos que compramos, mas nos são meramente garantidos uso limitado enquanto nos pagamos pelo seu uso. Nos devemos parar e inverter a recente e radical expansão dos direitos da propriedade intelectual que ameaçam chegar a um ponto onde se sobreporão a todos os outros direitos do indivíduo e da sociedade.

A liberdade de construir sobre o passado é necessária para a prosperidade da criatividade e da inovação. Nós iremos usar e promover o nosso patrimônio cultural, no domínio público. Faremos, compartilharemos, adaptaremos e promoveremos conteúdo aberto. Iremos ouvir a música livre, apreciar a arte livre, assistir filmes livres, e ler livros livres. Todo o tempo, iremos contribuir, discutir, comentar, criticar, melhorar, improvisar, remixar, modificar, e acrescentar ainda mais ingredientes para a “sopa” da cultura livre.

Ajudaremos todo mundo à entender o valor da nossa abundância cultural, promovendo o software livre a o modelo open source. Vamos resistir à legislação repressiva que ameaça as liberdades civis e impede a inovação. Iremos nos opor aos dispositivos de monitoramento à nivel de hardware que impedirão que os usuários tenham controle de suas próprias máquinas e seus próprios dados.

Não permitiremos que a indústria de conteúdo se agarre à seus obsoletos modelos de distribuição através de uma legislação ruim. Nós seremos participantes ativos em uma cultura livre de conectividade e produção, que se tornou possível como nunca antes pela Internet e tecnologias digitais, e iremos lutar para evitar que este novo potencial seja destruído por empresas e controle legislativo. Se permitirmos que a estrutura participativa, e de baixo para cima, da Internet seja trocada por um serviço de TV a cabo - Se deixarmos que paradigma estabelecido para criação e distribuição se reafirme - Então a janela de oportunidade aberta pela Internet terá sido fechada, e teremos perdido algo bonito, revolucionário e irrecuperável.

O futuro esta em nossas mãos, devemos construir um movimento tecnológico e cultural para defender o comum digital.


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terça-feira, 30 de junho de 2009

Deputados debatem Plano Nacional de Educação - acompanhe ao vivo

Hoje, a partir das 14h, você poderá acompanhar como os Deputados Federais estão se posicionando em relação ao assunto. A Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados realizará uma videoconferência sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE).

O Brasil está rediscutindo suas políticas de educação. Está em curso a Conferência Nacional de Educação, com etapas municipais e regionais recentemente realizadas. O governo federal lançou novos moldes para o Ensino Médio. E durante o segundo semestre acontecerão seminários para colher propostas locais para o PNE.

O debate de hoje será aberto ao público e terá transmissão ao vivo pela internet. Basta acessar o o endereço www.interlegis.gov.br. Enquanto estiver assistindo, você poderá também enviar perguntas, por meio do endereço eletrônico gab.mariadorosario@camara.gov.br.

A videoconferência terá também a participação da presidente do Conselho Nacional de Educação, Cléria Brandão, que fará o balanço das perspectivas.


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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Adeus Mangabeira Unger!

Você também pode ouvir e baixar o podcast

Recebi pelo feed do Correio do Brasil e venho aqui comemorar. O Mangabeira Unger está voltando para os Estados Unidos! Que ele vá em paz e não se preocupe em voltar para o Brasil nunca mais.

Desde junho de 2007 Mangabeira era o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, quando assumiu o cargo por indicação de José Alencar, vice presidente do Brasil e de quem é parceiro de sigla no PRB. Eu poderia me dar por satisfeito, mas como não sou bobo nem nada, faço questão de trazer de Ivanir Bortot e Gilberto Costa, da Agência Brasil que "há informação, não confirmada, de que o ministro pretendia trocar de partido e por isso perderia apoio do PRB".

O motivo do pedido de demissão do cargo, oficialmente, seria o fim da licença de Unger na Universidade de Harvard, na qual é vinculado. Vence agora em julho e a universidade não quis renovar. Só posso dizer: obrigado Harvard!

Mas ele não se afasta por completo. Quem o substitui, ao menos provisoriamente, é Daniel Vargas, secretário-executivo, e seu ex-aluno em Harvard.

Depois que deixou território yankee e veio para o Brasil, Mangabeira Unger bagunçou o coreto das políticas ambientais nacionais. É ele o ator principal da criação da MP 458, sancionada no dia 25 pelo presidente Lula e tranformada na Lei nº 11.952 (clique aqui para baixar), que premia os responsávei pelo quarto lugar brasileiro no ranking internacional de emissão de CO² e apresenta muito mais benefícios para os grandes proprietários do que aos pequenos.

Ele é também um dos envolvidos com a proposta de desmonte do Código Florestal Brasileiro, fazendo duras críticas à legislação ambiental do Brasil, considerada a melhor e mais completa do mundo. Suas críticas e articulações cuminaram num Projeto de Lei que descaracteriza totalmente a Política Nacional de Meio Ambiente vigente.

Unger é o cara que, com o argumento de defender estrategicamente a Amazônia, queria investir no desenvolvimento de armas nucleares e, para isto, defendia que o Brasil deixasse o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Foi com esta perspectiva que agarrou a gestão do PAS - Plano Amazônia Sustentável e retirou do Ministério do Meio Ambiente esta incumbência, levando Marina Silva a abandonar a pasta.

Portanto, com toda alegria, afinal alguma notícia boa tem de chegar no meio tanta esquizofrenia ética, ADEUS MANGABEIRA UNGER!

Nota
Enquanto aqui no Brasil a Amazônia está á venda bem baratinho, em Honduras o bicho está pegando feio. O presidente Manuel Zelaya Rosales sofreu um golpe ontem (28): foi sequestrado pelas forças armadas, enviado à Nicarágua, destituído e acusado de descumprir preceitos constitucionais. O motivo foi a consulta popular que ele convocou e aconteceria ontem, desagradando a elite hondurenha. A consulta perguntava à população se queria uma nova Assembléia Constituinte. Sindicatos trabalhistas, campesinos e movimentos populares organizam a resistência. Leia mais aqui

Crédito imagem: Fraga


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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Narrativas da Floresta

Se não quiser ler, ouça este post

O blog do projeto Narrativas da Floresta" traz uma série de depoimentos sobre comunicação e meio ambiente na Amazônia. Quem fala são comunicadores profissionais e alternativos da floresta do estado do Acre. Pessoas sensibilizadas com a questão ambiental e que vêem na comunicação um meio de exercerem a sua liderança local.

Os depoimentos fazem parte de uma pesquisa, que está sendo desenvolvida pelo professor da Universidade Federal do Acre (Ufrac) e coordenador da Rede Intercom Norte, Maurício Homem de Bittencour. O projeto tem vínculo institucional com a Ufrac e com o governo estadual do Acre.

Para saber mais sobre a pesquisa, acesse
www.narrativasdafloresta.blogspot.com.


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terça-feira, 16 de junho de 2009

Diga NÃO Á MEDIDA PROVISÓRIA 458

MP 458 mobilização campanha veto presidente lula amazônia legal farra da terra

Na quarta-feira, dia 02/06, o senado brasileiro aprovou a MP 458. Esta medida presenteia todos aqueles que fizeram grilagem na Amazônia com a regularização de terras ocupadas ilegalmente.

Se o presidente assinar a MP 458, 67 milhões de hectares de terras públicas da Amazônia serão privatizados. Um patrimônio estimado em 70 bilhões de reais irá parar nas mãos dos grileiros.

O Gabinete de Lula está recebendo milhares de ligações pedindo para que a MP 458 não seja aprovada. Faça sua parte, ligue e espalhe os números e o e-mail do presidente Lula para seus amigos. Peça para que eles digam NÃO A MP 458.

Telefone do Gabinete do Lula:
(61) 3411.1200 ou (61) 3411.1201

Ou envie um e-mail através do link:
https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php
PS: No próximo post dou continuidade ao assunto "Abaixo Assinado ou campanha?" do Roger, da banda Ultraje a Rigor, ao governador de São Paulo, José Serra. A intervenção contra a MP 458 é mais urgente e importante...


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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Campanha no Twitter e abaixo assinado recebem resposta de José Serra

O músico Roger (@roxmo), da banda Ultraje a Rigor, está promovendo um abaixo assinado fazendo reivindicações ao governador de São Paulo, José Serra (@joseserra_), do PSDB. Após dois meses de criação, o abaixo-assinado tem pouco mais de mil adeptos.

A novidade é que o tucano está acompanhando a movimentação entorno da iniciativa pelo Twitter. E numa cordialidade muito distinta da resposta tirana que deu aos estudantes e funcionários da USP nos últimos dias, já enviou até uma carta-resposta.

No abaixo-assinado o músico propõe que Serra inclua em sua plataforma eleitoral a redução de regalias da classe política, como o custeio de despesas com aluguel, combustível, assistência médica e outras ajudas de custo. É uma manifestação contra os salários discrepantes da realidade brasileira que recebem os nossos parlamentares, incluindo todo o rol de benefícios.

Democracia eletrônica?
Quando pesquei a tuitadas a respeito, a primeira coisa que pensei foi: é coisa de fake! Afinal, não é muito comum um governante neste país estabelecer um canal direto de comunicação com a população. Pelo menos é a primeira vez que tenho notícia de algo assim, fora alguns perfis no Orkut. Mas fui conferir e não tem rolo, tanto o abaixo assinado como o perfil do Serra no Twitter são verdadeiros.

A iniciativa não partiu de uma Associação, ONG, mas de um cidadão, e a partir de sua rede de contatos foi divulgada. Posteriormente Marcelo Tas (@marcelotas), do programa CQC da Band, também aderiu a proposta e está ajudando a divulgar na web.

O interessante deste caso é que revela uma situação concreta de intervenção política direta da sociedade civil por meio de uma rede social na internet. E abre brecha para, no mínimo, podermos afimar com mais ênfase: as novas tecnologias de comunicação podem contribuir para a ampliar a participação social na gestão pública.

Está certo, pouco mais de 1000 assinaturas em dois meses não é exatamente um sucesso de mobilização (apesar de ser um número relevante, quem organiza e promove este tipo de iniciativa bem sabe). Mas houve feedback pessoal por parte do governador, e aí é que a coisa ganha relevância.

Pulga atrás da orelha
A reivindicação do Roger é muito justa. Segundo dados da ONG Transparência Brasil (dados de 2007), cada parlamentar custa ao bolso dos contribuintes cerca de R$ 114 mil por mês. É um salário de R$ 25,4 mil mais todos os "auxílios um monte de coisas".

Por ano, o "trabalho" de senadores e deputados federais levam de nossos recursos públicos um total de R$ 6,09 milhões. Na média, a Cãmara dos Deputados custa R$ 18,14 por ano para cada brasileiro, enquanto o Senado sai por R$ 14,48.

Entretanto, não sei, sinceramente, se o governador José Serra se dignaria a responder o abaixo assinado não fosse ele iniciativa de um artista nacionalmente conhecido. Realmente duvido fortemente. Será que ele daria um retorno caso tivéssemos feito isto na época da mobilização contra a barragem de Tijuco Alto, no Vale do Ribeira, há cerca de um ano atrás?

Independentemente disto, outras coisas me chamaram atenção no caso. No texto do abaixo assinado, o músico induz que Serra já é candidato a presidente, ao afirmar que é "a primeira (e talvez única) vez que um candidato a presidente torna-se acessível de maneira direta aos seus eleitores". Não sei se o mineiro Aécio Neves está acompanhando. Se ainda não, tenho certeza não ficará muito feliz em saber que já foi definida a candidatura à presidência pelo PSDB.

Outra pulga que está me coçando aqui é um questionamento. O Roger poderia ter feito este abaixo assinado indicando sua proposta a todos os possíveis candidatos à presidência, principalmente pelo fato de ainda ser cedo demais para afirmar quem serão os candidatos à chefia nacional em 2010. Era só mudar algumas linhas. Por que então ele direciona exclusivamente ao Serra?

Enfim, não for esta alguma artimanha envolvida com campanha política, a ação do Roger é louvável e demonstra o poder de intervenção de um indivíduo por trás das telas de um monitor, quando este busca apoio e tem um discurso coerente.

Com certeza não substitui a ação física, presencial. Mas que há prática (articulação da sociedade e muito potencial) nestas iniciativas, há.


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terça-feira, 9 de junho de 2009

Integração entre povos de duas florestas

Os caiçaras da UMJ - União de Moradores da Juréia estão buscando experiências sobre Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDSs) com ribeirinhos da floresta amazônica.

O seminário "Gestão Participativa em Reservas de Desenvolvimento Sustentável: Integração dos Povos da Amazônia e da Mata Atlântica", promovido pela UMJ, vai acontecer dia 16 de junho, às 14h, no auditório Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa de São Paulo.


Até lá, a UMJ vai passar por 6 cidades com oficinas temáticas e organizará duas plenárias, uma em Iguape e outra em Registro. Maiores informações podem ser obtidas com o presidente da UMJ, Dauro Marcos do Prado, nos telefones (13) 8145-6662 / (13)3841-2388/2692.

Confira abaixo a Programação

08/06 - oficina Cananéia (Resex Mandira) 09hs
09/06 - oficina Barra do Turvo (Quilombo Ribeirão Grande) 09hs
10/06 - oficina Iguape (RDS Despraiado) 09hs
11/06 - oficina Pedro de Toledo (Câmara Municipal) 09hs
12/06 - oficina Peruibe (Núcleo do Parque Estadual do Itinguçu) 09hs
13/06 - oficina Iguape (Centro Comunitário Barra do Ribeira) 09hs
15/06 - plenária Iguape (Câmara Municipal) 09hs
15/06 - plenária Registro (Centro de Convenções KKKK) 16hs
16/06 - seminário São Paulo (Assembléia Legislativa) 14hs


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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Marina Silva: Eles não falaram


FORAM DUAS horas, na casa de meu avô, no antigo seringal Bagaço, no Acre. Meu pai não tirava o ouvido do rádio, segurando o botão para manter a frequência e melhorar o chiado, a outra mão agarrada à tábua que era o suporte do aparelho. Equilibrava-se ora num pé, ora noutro, sem arredar um minuto. Ele acompanhava a transmissão da posse do general Garrastazu Médici na Presidência da República, em outubro de 1969.

A criançada ao lado, em silêncio, sabia só que estava acontecendo alguma coisa muito importante. Quando terminou, meu pai desligou o rádio, soltou os braços ao longo do corpo e olhou para minha mãe: "Ele não falou nada do aumento do preço da borracha". Na semana passada, me vi tendo a mesma reação de desânimo de meu pai. Li atentamente as entrevistas do presidente Lula e do ex-presidente Fernando Henrique à revista "Época" sobre as perspectivas do Brasil para 2020. E eles não falaram nada do meio ambiente.

Para não dizer que não tocaram no assunto, um o abordou ainda como problema, e o outro como exemplo de um tema novo da globalização. Mesmo assim, "en passant". Claro, trataram de temas importantes, demonstraram ser duas das mais importantes lideranças brasileiras, mas ambos estão na agenda do século 20, não tangenciaram a mudança de perspectiva que é a marca do século 21.

Os dois presidentes já tomaram iniciativas importantes na área ambiental, ambos têm discursos bem formulados a esse respeito, mas no improviso, parece que a coisa não vem de dentro. Parece não estar no cerne de sua concepção de futuro. Não reconhecem no Brasil, mais do que em qualquer outro país, o território propício ao surgimento de um modelo de desenvolvimento capaz de fazer a fusão concreta da justiça social sempre procurada, da dinâmica econômica e da dinâmica ambiental. No momento da decepção de meu pai, a empresa extrativista na Amazônia entrava em total decadência.

As fazendas começavam a ocupar espaço, a campanha "integrar para não entregar" entrava no ar, fazia-se propaganda para a compra de terras na região. Um mundo entrava em colapso, e quem havia passado a vida dentro da mata se sentia perdido.

Hoje, em âmbito incrivelmente maior, estamos num sistema em decadência e, novamente, não se tem uma visão estratégica de futuro, com sustentabilidade. O modo dominante de pensar está ancorado em questões compartimentadas. Há uma enorme dificuldade em reconhecer no ambiente natural o eixo integrador, a fonte dos limites, das oportunidades e do rumo que deve tomar a mudança estrutural que é a tarefa civilizatória do nosso século.

Por Marina Silva
Fonte: Jornal Folha de São Paulo (01-06-09)


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sábado, 6 de junho de 2009

Cariocas se mobilizam para apoiar Minc

Conterrâneos do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, realizarão ato em defesa da legislação ambiental brasileira

Estamos num momento de verdadeiro clímax político no Brasil. Os setores ruralista e de infraestrutura estão de mãos dadas num verdadeiro desmonte das políticas ambientais brasileiras, usando os seus representantes na Câmara dos Deputados e no Senado.


Estrategicamente eles apresentam projetos e proposta de leis, decretos e elaboram Medidas Provisórias que ferem o Código Florestal, retira poder dos órgãos federais como o Ibama e enfraquece o Ministério do Meio Ambiente. Os Ministros da Agricultura, de Assuntos Estratégicos e dos Transportes fazem parte deste complô da elite desenvolvimentista contra o território, a saúde ambiental e à sociedade brasileira.

No próximo dia 8 organizações fluminenses realizarão a primeira manifestação local de peso, pelo menos das quais recebi informações, "em defesa da legislação ambiental brasileira". O ato, que é resultado da união de diversas organizações, acontecerá no Rio de Janeiro.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é o único na esfera governamental que investe contra a atuação ruralista. E talvez pelo Minc ser do Rio de Janeiro surja lá a primeira manifestação, afinal ele precisa de legitimação. Caso contrário suas manifestações soarão como tagareladas.

Este é um daqueles momentos como a "Diretas Já!", que dependem de ampla e massiva mobilização contra as decisões tiranas de uma classe política corrompida. Não bastarão manifestações midiáticas como as que Greenpeacee outras kingONGs são capazes de realizar.

É necessário mobilização popular e articulação da sociedade civil organizada e dos movimentos sociais, envolvimento, sensibilização da opinião pública. Agora, mais que nunca, é momento de união.

Veja abaixo o texto de convite para a manifestação.

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ATO EM DEFESA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA E CONTRA O DESMATAMENTO

Uma nuvem cinzenta e carregada se forma sobre o verde exuberante do Brasil. Dos ribeirinhos e indígenas da Amazônia aos agricultores familiares da Mata Atlântica faz-se ouvir o som terrível dos tratores e motosserras dos ruralistas!

Organizados em uma marcha contra a vida, empreiteiros, pecuaristas, latifundiários e grileiros se uniram para derrubar toda a legislação ambiental brasileira, afrouxar condicionantes ambientais e legalizar a grilagem de terras públicas na Amazônia.

Há uma ofensiva em curso no Congresso Nacional para fazer o Brasil regredir 40 anos em termos de proteção ao meio ambiente, justamente no momento em que, no âmbito internacional, compromissos são firmados para conter o aquecimento global e novas regras de proteção são criadas. Aqui no Brasil a bancada ruralista no Congresso, com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura, Ministro da Agricultura, Ministro de Assuntos Estratégicos e Ministro dos Transportes, protagonizam uma ofensiva geral contra a legislação ambiental vigente no país.

Desconsiderando a opinião de 94% da população brasileira que disse NÃO ao desmatamento, os ruralistas querem, entre outras coisas, diminuir o percentual obrigatório de florestas em propriedades rurais e das faixas de preservação permanente que margeiam rios e nascentes. Já reduziram ao máximo de 0,5% o valor da compensação ambiental a ser pago por empreendimentos de grande impacto e querem transferir para os Estados e Municípios importantes competências dos órgãos federais.

Está em curso um retrocesso sem precedentes envolvendo a questão ambiental no Brasil.

Não vamos deixar o Ministério do Meio Ambiente isolado nesta luta!

Una-se a este movimento em defesa da vida!

Mobilize seus amigos e amigas para o ato em DEFESA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E CONTRA O DESMATAMENTO!

LOCAL: Escadaria da ALERJ, PALÁCIO TIRADENTES
RUA: PRIMEIRO DE MARÇO S/N PRAÇA XV – RIO DE JANEIRO
DATA: 08/06/09, SEGUNDA-FEIRA
HORÁRIO: 10 HORAS

Rede de ONGs da Mata Atlântica -Instituto Terra –CONTAG -Sindicato dos Bancários RJ - ANAMMA – Associação Nacional de Órgãos de Meio Ambiente - CUT Nacional e RJ - Defensores da Terra - GAE / Grupo de Ação Ecológica - Fórum em Defesa das Rádios Comunitárias do Estado do Rio de Janeiro –UERJ -Associação Brasileira de Fotógrafos da Natureza - APEFERJ - Associação Profissional de Engenharia Florestal do Estado do Rio de Janeiro - FEBRACOM –Federação de Cooperativas de Catadores do RJ - Grupo Arco – Íris - ONG Sape - ONG Crescente Fértil - Instituto BioAtlântica - Pacto pela -Restauração da Mata Atlântica - Espaço Compartilharte - Rede Nacional do Prove -Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis – Base/RJ - Movimento Fazendo a Diferença - AMES – Associação Municipal de Estudantes Secundaristas / RJ - Associação Ecológica – PROJETO CABEÇA ATIVA – São João de Meriti – Núcleo Ecológico Pedra Preciosa – CODIG – Renovar, Associação de Reciclagem.


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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Juventude pelo Meio Ambiente - hora de mobilizar!

Está acontencendo o Mês de Mobilização da Juventude pelo Meio Ambiente, uma grande oportunidade para os jovens brasileiros se envolverem na construção da Política Nacional de Juventude e Meio Ambiente.

Promovido pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação e a Secretaria Nacional de Juventude, a iniciativa foi lançada no dia 2 de junho durante reunião do Conselho Nacional de Juventude.

O Mês traz como objetivo agregar contribuições para o Grupo Interministerial de Juventude e Meio Ambiente formado no Governo Federal. Jovens de todo o país estão convidados a participar, trocar idéias, experiências e produções, realizar ações práticas e promover mobilizações e eventos locais e na web. Por meio de um portal, as atividades podem ser cadastradas e entram para o calendário do Mês de Mobilização da Juventude pelo Meio Ambiente.

Para participar basta acessar o endereço juventudepelomeioambiente.org.br, se cadastrar e se integrar com outros jovens brasileiros na busca pela construção de um Brasil susntentável.


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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Revista Agenda 21 e Juventude - prazo prorrogado para envio de textos

Revista Agenda 21 e Juventude e Meio Ambiente - avaliação de Com-VidasJovens de todo o país têm mais alguns dias para enviar textos e materiais para a Revista Agenda 21 e Juventude, registrando suas expressões sobre as políticas de juventude e meio Ambiente. O prazo, que era dia 29 de maio, foi extendido para 14 de junho.

A Revista, que vai para a sua terceira edição, é uma parceria do Ministério da Educação, do Meio Ambiente e da Secretaria Nacional de Juventude. 
O tema desta edição da revista é Agenda 21 na Escola / Com-Vida e traz como objetivos levantar casos de sucesso e desafios de Agenda 21 na Escola, realizando uma avaliação dos processos. Visa também estimular a participação da juventude nas questões ambientais e colher contribuições para a elaboração da Agenda 21 da Juventude.
Junto com a construção da Política e do Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente, a implementação da Agenda 21 da Juvetude é uma das demandas da I Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude. Na ocasião o tema meio ambiente foi elencado como a quarta prioridade dos jovens tupiniquins.
Participe! Para saber mais, clique aqui.


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